Desde cedo aprendemos a não desperdiçar as oportunidades que surgem em nossa vida. Alguns de forma mais dramática, ou mais enfática, costumam dizer que uma oportunidade perdida não volta jamais. Com o passar do tempo aprendemos realmente que o tempo não volta atrás e que amadurecemos com as experiências que adquirimos em nossa jornada pela vida. Aprendemos também que as decisões que tomamos, ou as que não tomamos, impactam diretamente a nossa vida e a vida daqueles que nos cercam, pessoas que dependem de nós.
Lamentamos profundamente quando observamos líderes que podem influenciar o presente e o futuro de milhares de seres humanos, recuarem diante de patentes oportunidades que se lhes apresentem. E foi exatamente isso que observamos esta semana em nosso país, uma liderança política, eleita pelo povo, deixando esvair por entre os dedos a oportunidade de atenderem ao clamor popular anti-corrupção. Quando diante do óbvio, do claro e evidente, diante certo e não duvidoso; uma parcela significativa de nossa câmara de deputados se nega a cassar o mandado do, já condenado pelo desvio de 8 milhões, Natan Donadon. Que vergonha!
A população brasileira assistiu estarrecida esta cena mambembe, de mãos atadas, pois a votação foi secreta. Num país com estruturas históricas de corrupção, nossos líderes tiveram a excelente oportunidade de produzir um efeito pedagógico em toda classe política de nosso país, ao iniciarem, ainda que morosamente, a cassação de um mandato sujo e corrompido. Lamentamos a falta de gerência que nós, como população, temos sobre fatos tão pictóricos como estes. Infelizmente vivemos num sistema político que inverte prioridades e interesses de um momento para o outro, nas eleições somos o "topo da pirâmide" cortejados e assediados de todos os lados, passando a mesma, voltamos para "base da pirâmide"... Distância, triste distância existente entre a população e seus líderes, maior ainda entre a população e seus interesses e necessidades.
Rodrigo.
30/08/2013